Está aí mais um “combo” de perguntas que sempre recebo no Instagram: como era sua rotina de estudo? Quantas horas estudava por dia? Trabalhava e estudava? Só estudava?

E eu vou dizer odeio ter que responde-las. Primeiro porque eu sei que minhas respostas só vão servir para comparação com a rotina da pessoa, como se a minha rotina tivesse definido a aprovação. Segundo, porque faz um bom tempo que estudo (desde 2015), e meu dia a dia variou muito desde então – foram rotinas diferentes, épocas diferentes, e simplesmente não tem como pegar esses três anos e fazer uma média. Por isso o post, vou detalhar várias fases do meu estudo e com isso pretendo mostrar que seu sucesso depende da sua dedicação em fazer o máximo com o que você tem – sejam uma ou 10 horas de estudo podia. Eu (quase) sempre estive focada nessa jornada e nunca fiquei arrumando desculpas do tipo “não tenho chances de passar porque tenho pouco tempo de estudo por dia. Talvez esse tenha sido um diferencial meu; nunca perguntei quantas horas por dia o fulano que tinha sido aprovado estudava; nunca fiquei me comparando com ninguém e simplesmente foquei no que podia fazer. Antes de continuar lendo o post, se você ainda tem essa ideia besta de que existe fórmula mágica pra aprovação, ou que existe uma quantidade mínima de horas que você precisa estudar por dia para passar, leia esse post: Quanto tempo leva para ser aprovado?

Agora vamos ao que interessa!

 

2015

Foi quando comecei a estudar para concursos. Já comecei “com tudo”, fazendo cursinho, estudava em casa, e também depois de 20 anos sedentária, entrei na academia. Minha faculdade era em tempo integral (manhã e tarde). Minha rotina por alguns meses foi a seguinte:

  • Acordava 5:45 da manhã para 6:00 estar na academia;

  • Fazia cerca de uma hora de academia, se desse tempo passava em casa e tomava banho, senão ia direto para a universidade (aulas começavam às 7:45);

  • No horário de almoço eu estudava as matérias da faculdade. Teve uma época que eu ainda fazia comida no almoço, mas quando abriu um edital passei a pedir marmitas para economizar esse tempinho;

  • Se tinha alguma aula vaga eu voltava pra casa e estudava as matérias do concurso ou da faculdade;

  • Chegava em casa 17:45, e três vezes por semana eu ia para o cursinho – das 19h às 22:00;

  • Chegava em casa do cursinho às 22:30 e estudava até umas 00:30, ou pelo menos até conseguir “re-estudar” as matérias que havia visto no dia;

  • Usava os finais de semana para fazer compra, fazer serviço de casa, recuperar o sono e descansar um pouco. Não estudava muito mais do que durante a semana, pelo menos nesse início dos estudos, pois sentia o peso da rotina pesada.

Então veio a greve, então quando eu não estava no cursinho, eu estava estudando pro concurso ou na academia. Quando a greve acabou, foi uma loucura, aulas para repor, matéria acumulada da faculdade, não teria férias, os horários ficaram bem mais puxados, comecei a dar monitoria e depois a namorar. Desfoquei, e nisso fiquei uns seis meses sem encostar no material para concurso – pura falta de foco, porque até daria tempo.

 

2016

Foi quando comecei o Instagram e a pegar um edital pra estudar de verdade (pra PCDF – post sobre essa época aqui). Tive uma mini-férias em Março, foi quando comecei a pegar mais firme nos estudos – foi minha primeira experiência com estudo em tempo integral, e não lembro de ter passado das 6 horas líquidas de estudo por dia. Em Abril as aulas voltaram mas eu estava mais focada do que nunca, e mesmo com a rotina da faculdade eu conseguia estudar bem mais do que quando estava de férias. Durante a semana a rotina era quase a mesma de 2015, exceto pelo cursinho que eu não fiz mais, e pela academia que abandonei. Era meu último ano de faculdade, e no último trimestre fiquei bem enrolada com estágio, TCC e treinos pesados para o TAF. Nessa época também larguei os estudos pra concursos, mas não por falta de foco dessa vez, e sim por ter outras prioridades no momento.

 

2017 – PCPR

Foi quando comecei a estudar em tempo integral. Comecei com 6-8 horas líquidas por dia, e mais próximo da prova já estava chegando nas 10-11 horas líquidas. Provavelmente esse intervalo janeiro-março foi a época que estudei mais. Depois disso comecei a escrever a apostila, fiquei um tempo nissso, e já estava mais engajada no Instagram – acreditem, o Insta me toma muito tempo e ainda assim nunca abri mão, sempre respondi todos e me dedico em criar conteúdo porque sinto como se fosse uma retribuição por tudo que já aprendi por meio dessa mídia. O Instagram por si só é um trabalho não remunerado, e não acho de forma alguma que prejudicou os meus estudos – sempre fui muito recompensada, mesmo com menos horas disponíveis. Outra coisa que eu preciso apontar, é que muita gente acredita, infelizmente, que só quem estuda em tempo integral tem chances de passar. Bom, vocês precisam saber que pouquíssimas pessoas vão conseguir estudar muitas horas, mesmo tendo o dia todo livre – experimente passar meses sentado na sua mesa das 9h às 00:00 e veja o quanto você consegue render. É extremamente extenuante, a pressão é enorme, exige uma disciplina gigante e leva uma boa dose de tempo – e dedicação – pra conseguir passar de 10 horas líquidas de estudo por dia. Não e enganem! Outra coisa, entre os aprovados há pessoas com n rotinas diferentes, não achem que “só estudar” é fator suficiente para a aprovação – conheço muitas pessoas que sempre trabalharam durante sua preparação pra concursos e que estão aí para provar isso.

 

2017 – IGP-RS

Era um concurso que achava que não ia passar, estudei muito, mas bem menos do que para a PCPR. Em algumas semanas “bati meu recorde” de horas líquidas, mas passei outras sem estudar nada. Ainda mais que em junho, quando faria o psicotécnico do Paraná, eu larguei totalmente os estudos pro IGP-RS para poder focar no psicotécnico, descansar a mente e o corpo para essa prova. Quem me acompanha há mais tempo sabe que nas vésperas do IGP-RS foi uma correria para fazer minhas revisões, passei bem longe de fechar o edital, e eu nunca achei que passaria nessa prova – tanto que estava bem tranquila, estudava o quanto conseguisse mas também não estava querendo “me matar” de estudar. Só que nessa época meu corpo já estava acostumado ao ritmo intenso de estudos então não era muito difícil sentar e estudar – a coisa fluía.

 

2017 – IGP-SC

Para essa prova já havia começado os trabalhos com o coaching, o que sempre tomou muito tempo do meu dia – pasmem! Eu trabalhava e estudava. kkkkkk Claro que as pessoas não veem isso, ou acham que não é trabalho também – enfim, foi de longe o concurso para o qual menos estudei (em termos de números de horas). Porque minha dedicação só aumentava, mesmo com o cansaço, corpo e mente pedindo férias, eu tinha foco e meus estudos estavam rendendo cada vez mais, conforme eu aprendia a estudar. Em novembro comecei a trabalhar no laboratório, o que diminui mais ainda meu tempo disponível para estudo.

Mas, novamente, a preparação que tive a longo prazo prevaleceu e tive um ótimo desempenho nesse concurso também.

 

Outras observações

  • Durante todo o tempo em que estudei para concursos – seja durante a faculdade, em tempo integral ou trabalhando – eu nunca estabeleci um número de horas de estudo por dia. Simplesmente estudava o máximo que conseguia;

  • Da mesma forma, não estabelecia “horário para descanso” – parava quando precisava, pelo tempo que fosse necessário;

  • Nunca defini “método de estudo” nesse tempo, sempre estudei de várias formas diferentes, fui experimentando e adaptando às minhas necessidades – isso é assunto pra um livro inteiro;

  • Nunca defini número de matérias por dia;

  • Nunca tomei nada para me manter acordada, exceto café – simplesmente me acostumei a dormir pouco;

  • Até a PCPR eu registrava o número de horas estudadas no aplicativo Aprovado; depois parei pois só estava me deixando ansiosa;

  • Calculo, por cima, que tenha estudado cerca de 2 000 horas líquidas desde 2015.

Pra finalizar, não tenho como frisar mais que NÃO EXISTE FÓRMULA MÁGICA para a aprovação. Eu recomendo muito que parem de se importar com o quanto outro estuda ou deixa de estudar, e foquem no que vocês podem fazer com o tempo que têm. Esse post foi apenas para a sanar a curiosidade de quem quer saber um pouco da minha “trajetória” até a aprovação (ou as aprovações). Coloco entre aspas porque não considero que tenha sido tanto tempo assim pra ser chamado de trajetória, haha.

Bons estudos!